Estive em Amesterdão já algumas vezes sendo a ultima para participar num torneio de ténis adaptado, em Utrecht. Outras vezes, fui porque tenho lá família. Porém, esta foi a primeira vez em que fiquei uns dias para conhecer a cidade mais a fundo!

Amesterdão é uma cidade onde é fácil deslizar sobre rodas. Não é por acaso que existem tantas bicicletas!!

A cidade é plana e a rede existente de ciclovias proporciona o ambiente ideal para que a deslocação se possa fazer com segurança.

O número de bicicletas deve igualar o de habitantes pois é o principal meio de transporte dos holandeses. Aparecem de todos os lados! E há que ter muito cuidado porque, inicialmente, pode tornar-se um pouco confuso. Claro que, facilmente, nos aventuramos e achamos que somos uma bicicleta com direito a ir no piso liso e sem obstáculos, mas, atenção!, é destinada, apenas, a bicicletas, muitas bicicletas, tornando-se perigosa. Há que evitá-lo!

Amesterdão é banhada pelo rio Amstel, que deu origem ao nome, e encontra-se abaixo do nível do mar. A cidade foi-se expandindo ao longo de uma enorme rede de canais, planeados e construídos a partir do séc. XVII, tendo vindo a ser considerados, em 2010, Património Mundial pela UNESCO. É muito agradável passear pela zona dos canais e, ao contrário do que se possa pensar, não há maus cheiros e a qualidade da água é constantemente avaliada. Não vi, mas fui lendo nas pesquisas que fiz sobre a cidade, que todos os anos são retiradas das águas, milhares de bicicletas. Milhares são, também, as casas barco ancoradas ao longo dos canais que podem ser uma alternativa ao hotel para quem preferir uma opção mais característica. Em pesquisas que fiz, na Internet, consegui encontrar algumas destas casas barco que se dizem com acessibilidade mas não foi a minha opção.

É bom passear nas ruas de Amesterdão porque, praticamente, não passam carros pelas ruas mais centrais, o que contribui para que seja uma cidade silenciosa e tenha um ambiente muito cool  onde podemos descontrair e apreciar cada recanto.

O percurso até ao hotel foi dividido entre comboio, até à Central Station, e eléctrico, até ao centro, onde se localizava o Park Hotel, onde ficámos alojados. Trata-se de um hotel muito bem situado, mesmo ao lado da entrada, a nascente, do parque Vondelpark, perto de tudo.

O acesso era fácil e o quarto adaptado e a casa de banho estavam funcionais. O único senão foi o facto do duche não ter o banco apropriado disponível. Grande falha! Disseram que estava ocupado noutro quarto, o que não é desculpa. Como alternativa, puseram à minha disposição uma cadeira normal sendo que não resolveram a situação até ao final da minha estadia.

Alguns comboios não são acessíveis e, antes de entrarmos, colocam uma rampa para que o acesso seja facilitado. Para isso, ao chegar à estação, há que pedir auxilio para que nos digam qual é a hora exacta do comboio em que podemos seguir. Após isto, comunicam com a estação de destino para que esteja alguém à nossa espera e nos auxilie da mesma forma, o que, efectivamente, aconteceu.

Ao chegarmos à estação central, apanhámos o eléctrico até ao hotel. A entrada, no eléctrico, é feita pela porta traseira, que é mais larga, e na maioria das vezes fica quase ao nível do passeio. Os bilhetes podem ser comprados já dentro no eléctrico ou, antes, nas máquinas perto da estação central.

O hotel ficava muito perto da praça dos museus, a Museumplein, onde se encontram os 3 principais museus da cidade, dos quais visitámos 2: o Museu Setedelijk, de arte contemporânea, com o seu novo edifício em forma de banheira e o  Museu Van Gogh, com mais de 200 obras do pintor, além de outras de pintores com quem se cruzou ao longo da vida e de outros que se inspiraram nele. Não paguei em nenhum dos museus, assim como ninguém paga até aos 18 anos e estudantes pagam, apenas, metade do valor do bilhete.  Em termos de acessibilidades estas estão garantidas nos dois museus.

Para mais informações sobre as acessibilidades, consultar as respectivas páginas dos sites do Setedelijk e do Van Gogh.

A fila para a bilheteira do museu Van Gogh era enorme mas, como tive prioridade, não esperámos muito tempo para entrar. Gostei muito, apesar do número de pessoas que estava dentro do museu ser excessivo, pelo foi com alguma dificuldade que consegui ver as obras, não podendo, mesmo, deter-me nalgumas o tempo que eu gostaria.

Um dos bairros mais bonitos e característicos de Amesterdão é o bairro residencial de Jordaan. Passear por Jordaan equivale a andar pelos vários canais que o atravessam, apreciar os edifícios antigos e evitar as multidões de turistas, ver lojas com produtos independentes, muitas estilo vintage, assim como bons restaurantes e bares. Gostámos tanto que fomos todos os dias a Jordaan!

Passámos à porta da casa de Anne Frank mas não entrámos. Não por nos termos assustado com a fila, que era enorme, mas porque, pelo que consegui perceber, o acesso a cadeira de rodas não é total. Apenas é acessível o prédio, mais recente, onde se encontra o museu e loja. A casa original é antiga e não é de todo acessível a cadeira. Existe um site com toda a informação relativa às acessibilidades.

Como não podia deixar de ser tivemos que “picar o ponto” na Red Light District, olhar as montras e passar pelas várias coffee shops que por aí se encontram. Sinceramente, foi mesmo só para conhecer mais uma realidade da cidade.

Como já referi, Amesterdão é uma cidade muito agradável para quem se desloca em cadeira de rodas ou que tenha outro tipo de limitação física. Não é livre de obstáculos, claro, pois isso não existe, mas é muito fácil andar pelas ruas e existem muitas alternativas com acessibilidades.

Visite o site do Iamsterdam com informação para pessoas com mobilidade reduzida.

JustGo!!

Ano da viagem: 2017

Amesterdão  – Comboio no Aeroporto
Amesterdão – Bairro Jordaan
Amesterdão -Bairro Jordaan
Amesterdão – Bairro Jordaan
Amesterdão – Casa de Anne Frank
Amesterdão | Foto Margarida Martins
Amesterdão | Foto Margarida Martins
Amesterdão | Foto Margarida Martins
Amesterdão
Amesterdão
Amesterdão
Amesterdão
Amesterdão | Foto Margarida Martins
Amesterdão

Park Hotel:

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