E se, de repente, um estranho lhe oferecer uma viagem de barco no Rio Tejo com direito a sessão fotográfica? Isso é … muita simpatia por parte de Pedro Marques das Neves , da Pypas Cruises!

Se juntarmos um barco adaptado, o pôr do sol, uma temperatura óptima, boa companhia e Lisboa como pano de fundo, dá uma conjugação fantástica!

Não posso não começar pelo fim! Já estávamos a terminar o passeio quando, repentinamente, nos deparámos com um cenário digno de uma pintura de museu …. De um lado, o pôr do sol com os seus raios de “laranja destilado”, como diz o poeta da cidade de Lisboa, Cesário Verde. Do outro, a lua cheia a surgir e a subir que nem um balão de ar quente e, à nossa frente, Lisboa já com as luzes acesas. Sinceramente, não há palavras nem fotos que cheguem para transmitir as emoções que sentimos naquele momento. O Pedro parou o barco e, em silêncio, ficámos a observar a lua a subir numa rapidez impressionante. Em apenas 3 ou 4 minutos passou de debaixo da ponte 25 de Abril para cima dando a sensação de estar apoiada no tabuleiro. Muito bonito!!

Barco adaptado

A Pypas Cruises tem um barco adaptado que permite que uma cadeira de rodas  entre directamente no barco, sem qualquer tipo de auxilio ou rampas e que a movimentação lá dentro se consiga fazer facilmente. Dá para levar até três cadeiras ao mesmo tempo.

Desde o inicio até ao fim da viagem houve uma preocupação extrema com a segurança – eu não levei a cadeira presa nem vesti colete, por opção minha. Muito profissionalismo que nos proporcionou duas horas de grande tranquilidade, sem qualquer tipo de percalço ou contratempo.

O Passeio

A viagem iniciou-se no Padrão dos Descobrimentos onde, à proa da caravela, o Infante D. Henrique nos cumprimentou. Dirigimo-nos a Oeste  e espreitámos Dona Filipa de Lencastre, a única mulher das trinta e duas figuras representadas na escultura. O Padrão dos Descobrimentos representa a época da expansão ultramarina portuguesa e a grandeza da obra do Infante D. Henrique. Localizado em Belém de onde, desde o século XIV, partiam as embarcações à descoberta de novas terras, foi construído em 1940 para a Exposição do Mundo Português, sob a autoria do arquitecto Cottinelli Telmo e do escultor Leopoldo de Almeida. Mais tarde, o monumento foi reconstruído em materiais mais duradouros, e hoje, é uma das maiores atracções  da zona ribeirinha da capital.

Próxima passagem: a imponente Torre de Belém, construída no reinado de D. Manuel I com o objectivo de defender o Estuário do Tejo juntamente com a  Torre Velha, situada na margem sul, sendo a primeira classificada como Património Mundial pela UNESCO em 1983.

Um pouco mais à frente, a lindíssima Fundação Champalimaud, projectada pelo arquitecto Charles Correa que definiu o edifício, no dia da sua inauguração, como “Arquitectura como escultura. Arquitectura como beleza. Beleza como terapia.

Voltámos para trás e passámos pelo monumental complexo da Central Tejo, onde se encontra o Museu da Electricidade. O magnífico edifício da arquitectura industrial, classificado como Imóvel de Interesse Público em 1986, consegue apreciar-se ainda melhor, visto do rio. O mesmo acontece, logo ali ao lado, com o MAAT – Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia, desenhado pelo atelier de arquitectura Amanda Levete Architects. Segundo a autora, o objectivo era que passasse despercebido – “A ideia é que pareça a paisagem, deixando a vista livre para a cidade e para o rio” e, efectivamente, é o que acontece mas não para quem o vê do rio. Desta perspectiva privilegiada pode apreciar-se o seu estilo futurista em forma de boca de peixe. Curiosamente, fazia naquele mesmo dia um ano da sua abertura ao público.

Se o Pedro não nos chamasse a atenção, não iríamos reparar nos 400 metros de comprimento do edifício da Cordoaria Nacional. Tem-se uma percepção diferente da de quem passa na estrada ao seu lado É realmente enorme!

Passando a ponte 25 de Abril, por baixo e não por cima, como de costume, temos o porto e os seus contentores de um lado, e do outro podemos apreciar o colossal Cristo Rei de braços abertos desde 1959. O Santuário pode visitar-se e subir para apreciar uma vista de mais de 20km de raio.

Passando as docas de Santos, vislumbra-se o  edifício da nova Sede da EDP, a cúpula do Mercado da Ribeira, a nova praia de Lisboa, mais frequentada por turistas, e vamos dar ao Cais das Colunas com o fabuloso Terreiro do Paço por detrás!

Atravessámos o rio e voltámos pela outra margem já com o sol posto. As cores estavam soberbas! A temperatura óptima, o ambiente tranquilo, o que nos transmitiu uma grande sensação de paz! Se não foi o pôr do sol mais bonito que vi, foi sem dúvida, o nascer de lua cheia mais espectacular a que assisti!

Lisboa, vista do rio é tão bonita de dia como de noite com as luzes acesas. Um espectáculo digno de aplauso.

Fiz aqui referência aos edifícios mais notórios e conhecidos da frente ribeirinha de Lisboa. Os truques e segredos escondidos que nos passam despercebidos, esses deixo-os para quem sabe do assunto. Ninguém como o Pedro Marques das Neves para nos ir chamando a atenção e ensinando à medida que vamos avançando…

O nosso Portugal, lindíssimo e acessível, ao nível do melhor que há no mundo o que justifica que a cidade esteja cheia de turistas!!!

A magnifica reportagem fotográfica é de Zico Leitão. Profissionalismo, simpatia e disponibilidade! Muito obrigada Zico!!!

JustGo!!

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Foto Zico Leitão
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Foto Zico Leitão
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Foto Fernando Carlos
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Foto Zico Leitão
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Foto Zico Leitão
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Foto Zico Leitão
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Foto Zico Leitão
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Foto Zico Leitão
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Foto Zico Leitão
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Foto Fernando Carlos
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Foto Fernando Carlos
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Foto Zico Leitão
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Foto Fernando Carlos
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