Há um português em cada canto do mundo? Dizem que sim e eu também!

Mais uma vez, um português que nos ouviu a falar e que meteu conversa connosco. Foi assim que chegámos a Oslo, quando seguíamos no comboio do aeroporto para o centro da cidade onde já vivia há uns anos e falou-nos um pouco da Noruega. Como vínhamos de Estocolmo, disse-nos que iríamos sentir a diferença e que devíamos ter feito ao contrário, pois Oslo é uma cidade mais parada, com menos movimento.

Talvez mais parada mas não menos interessante!

Oslo é natureza, é mar e tranquilidade e talvez, por isso, me tenha transmitido muita calma e muita paz. Também é riqueza e luxo ou não fosse uma das cidades mais caras do mundo.

A melhor altura para ir à Noruega é mesmo nos meses de verão, principalmente, se forem friorentos como eu. Além do clima mais ameno, os dias são mais longos, muito mais longos, dando para aproveitar melhor o tempo. No inverno, além do frio, há a dificuldade em andar na neve o que não é fácil, principalmente para quem se desloca em cadeira de rodas. Se for para aproveitar os desportos de inverno, aí, as condições são excelentes para a prática dos mesmos.

Fomos de comboio desde o aeroporto até à estação central, Oslo Sentralstasjon, totalmente acessível. Daí, seguimos a andar até ao hotel. Oslo é uma cidade com piso liso e passeios rebaixados, no entanto, não é totalmente plana, pelo que nos vamos deparando com algumas subidas um pouco complicadas de fazer. Foi o que aconteceu assim que chegámos, no caminho para o hotel. O F levava as malas, como de costume, e eu tentava desenrascar-me com a minha melhor amiga e, neste caso, com a ajuda de uma senhora que passava ao meu lado e se prontificou para me empurrar até lá acima! Um povo simpático e extremamente educado.

Passámos o Fiorde de Oslo até à península de Bugdoy, um local de grande beleza natural e onde se encontram a maior parte dos museus. Aqui, pode visitar-se o The Fram Museum, onde se encontra o Fram, um navio em madeira, construído na Noruega especialmente para expedições Polares. Pudemos entrar no navio, agora recuperado, percorrê-lo, ver como se faziam as expedições e como se vivia uma aventura daquelas. Claro que o navio não está totalmente acessível e não é possível entrar para o piso de baixo, estando numa cadeira.  Muito perto, nMuseum of Cultural History, pudemos apreciar a enorme colecção de barcos Viking, o que foi muito interessante.

No antigo porto de Oslo nasce uma “nova cidade”, no bairro Aker Brygge,  com uma arquitectura moderna e muito bonita, assim como, um pouco mais afastado, em Bjørvika, o projecto Barcode, um complexo de 12 edifícios que, em conjunto, fazem lembrar um código de barras.

Para quem gosta de arquitectura contemporânea, não pode deixar de visitar o monumental edifício da Opera House, criado pelo gabinete de arquitectura Snohetta, que venceu o Prémio Mies van der Rohe em 2009, com a particularidade de se poder passear no telhado e ter uma vista espectacular sobre a cidade.  Do mesmo modo, há que visitar o Astrup Fearnley Museum, o museu de arte moderna, desenhado por Renzo Piano, a fazer lembrar uma vela de barco.

A partir da Akershus Fortress, a fortaleza que se encontra no centro de Oslo, temos mais um bom ponto para se conseguir uma excelente vista da cidade. É acessível mas não totalmente.

Enquanto explorávamos as ruas da cidade, demos com o Centro de Design e Arquitectura, DOGA, onde decorria uma exposição de trabalhos de alunos e de algumas empresas locais. Lá fomos nós, que não perdemos uma boa ocasião para nos infiltrarmos e misturarmos com os locais! Móveis e artigos de decoração, estilo vintage, muito engraçados, e um ambiente descontraído onde passámos um momento muito agradável.

Não, não me esqueci dos Prémios Nobel. É em Oslo, no edifício da Câmara da cidade, que se realiza todos os anos a cerimonia de entrega do prémio Nobel da Paz. Trata-se de um edifício que gerou alguma polémica aquando da sua construção, por ser muito arrojado para a época. O seu interior é de grande riqueza, com paredes pintadas por grandes artistas da altura. É, agora, um dos pontos de passagem de quase todos os turistas que visitam a cidade.

Oslo é uma cidade de barcos. Há zonas em que, se olharmos de longe, apenas conseguimos ver os mastros dos barcos o que dá um efeito giríssimo. Muitos deles, mais antigos, foram recuperados e fazem passeios turísticos, em grupo ou privados, tendo alguns sido transformados em restaurantes ou bares.

Se olharmos a norte conseguimos ver a pista de saltos de ski Holmenkollbakken, uma das maiores atracções da Noruega. Foi o que fizemos, olhar de longe, já que não tivemos oportunidade de a visitar, com grande pena minha! Há metro directo desde o centro de Oslo até lá, o que facilita.

Muito há a visitar em Oslo. Mas, o que não se pode mesmo deixar de ver são as espectaculares esculturas de Gustav Vigeland, no The Vigeland Museum and Park, assim como a obra de Edvard Munch no The Munch Museum.

Partimos pela baía do Fiorde de Oslo, num cruzeiro de 1 dia, e acordámos em Copenhaga. Foi uma viagem lindíssima onde pudemos apreciar uma paisagem deslumbrante, antes de anoitecer.

Ficámos encantados com Oslo, queremos muito voltar e explorar mais a Noruega. Esperamos que seja em breve!

Ficámos hospedados no Park Inn by Radisson Oslo, um hotel simpático, muito bem localizado e com as adaptações necessárias.

JustGo!!

Ano da viagem: 2015

Página com informação útil sobre acessibilidades em Oslo em Visit Oslo.

oslo-acessível

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