Florença, a cidade que me ficou na memória há uns anos e onde  queria muito voltar.

Chegámos a Florença de comboio, vindos de Milão, depois de uma viagem calma e descontraída. A Praça Santa Maria Novella, onde ficava o nosso hotel, era perto da estação pelo que seguimos a pé. É um local muito agradável, alegre, com bom ambiente e com a linda basílica de Santa Maria Novella no topo. E era esta a vista que podíamos apreciar da varanda do espectacular quarto  onde ficámos.

O hotel, Rosso 23,  ficava num edifício antigo, muito bonito e muito bem recuperado. O quarto era enorme e, em termos de adaptações, os espaços eram amplos, havia banco no duche mas faltavam as barras de apoio na casa de banho, pelo que, se não se desenrasca sem elas, não recomendo! A entrada principal tinha escadas, e por isso, tínhamos que entrar por outra porta que estava sempre fechada tendo que tocar para que viessem abrir. Não era a situação mais simpática de todas!

Se, por um lado, evitamos ficar perto das estações porque, normalmente, são zonas com mau ambiente, por outro, dá muito jeito porque assim não temos que andar de transportes carregados com as malas.

Andar pelas ruas de Florença foi um verdadeiro encanto e foi um mergulho no passado carregado de História.

Um dos pontos mais famosos de Florença é a Ponte Vecchio com as suas joalharias e casas suspensas por cima das quais, ao longo de toda a ponte, foi construído o Corredor Vasariano que unia o Palácio Vecchio ao Palácio Pitti. Foi a única ponte que sobreviveu intacta ao ataque dos nazis, dizem que, talvez, porque Hitler aí havia estado uns tempos antes.

Tivemos a sorte de passar a Ponte Santa Tirnita ao pôr do sol e assistir a um verdadeiro espectáculo. De um lado, o reflexo do céu, em tons laranja, no Rio Arno e do outro, a lindíssima Ponte Vecchio  a ficar iluminada com o avanço da noite.

Ao entardecer, as luzes de rua acendem e, como são amareladas, dão um efeito muito tranquilo e caloroso à cidade, o que faz com que, no verão, ao anoitecer, com temperaturas mais baixas e menos confusão de pessoas, apeteça passear e descobrir uma cidade cheia de recantos maravilhosos.

E, como não pode deixar de ir à Praça della Signoria prepare-se para uma sensação inigualável, dada a quantidade e beleza das obras aí expostas, num verdadeiro museu a céu aberto. Aqui poderá encontrar uma réplica de David de Michelangelo, à porta do Palácio Vecchio e, debaixo das arcadas da Logia dei Lanzi, pode apreciar O Rapto das Sabinas ou Perseu com a Cabeça da Medusa, uma monumental escultura de bronze de Benvenuto.

Decidimos visitar a Galeria dos Ofícios, Galleria degli Uffizi, um dos museus mais famoso do mundo, e só não desistimos porque tenho prioridade. As filas eram de horas e, sinceramente, quando estamos poucos dias numa cidade torna-se incomportável estar tanto tempo numa fila e perder quase uma manhã ou uma tarde sem aproveitar o destino. Mas valeu a pena porque vi ao vivo e a cores o Nascimento de Vénus.

No interior, encontrei um espaço adaptado, com elevadores, e acesso a quase todas as salas assim como painéis em Braille ao longo dos corredores. O museu tem mesmo um percurso dedicados a pessoas cegas ou com problemas de visão, “Uffizi by touch”. Mais informação sobre acessibilidades no site oficial do Museu.

A Catedral de Santa Maria del Fiore é o “Duomo” de Florença que juntamente com o Batistério de San Giovanni e o Campanário de Giotto, fazem da praça do Duomo, uma praça lindíssima.  Nem todos estes monumentos  são acessíveis a quem se desloca em cadeira de rodas e algumas não são recomendadas a quem tem problemas cardíacos ou sofre de claustrofobia. Está tudo muito bem explicado no site oficial do Museu del Duomo.

Se gosta de mercados de rua vai com certeza passar pelo Mercato di San Lorenzo onde pode aproveitar para comprar umas lembranças para a família e amigos.

Ao final da rua, encontra o mercado Central de Florença, que vale a pena visitar e onde, no piso de cima, num espaço muito agradável, se pode deliciar com comida típica local.

São tantos os pontos de interesse que não poderei focar todos. Antes de ir, é de ler um roteiro de Florença, dos milhares que há pela internet, e seleccionar os que quer visitar. Mas, andar pelas ruas de Florença já é um deles. Cada rua presenteia-nos com um edifício lindíssimo, um museu, uma igreja. É História, é arte, é cultura por todos os lados.

Ao andar pelas ruas de Florença, tente encontrar as máscaras de mergulho dos famosos estampados nas paredes da cidade.  “A arte sabe nadar” é o mote de partida para as obras de Blub. São desenhos de famosos num fundo azul, lembrando que estão debaixo de água. Pelo que consegui perceber, o que Blub quer transmitir é que já que estamos em crise, ou seja debaixo de água, o melhor é aprendermos a nadar. É pena que, além de se degradarem pois são em papel, também haja quem os rasgue e destrua. Mas há, também, quem os tente remendar no sentido de os preservar. Encontrámos alguns!

O piso das ruas de Florença não é muito mau para quem se desloca em cadeira, sendo que os passeios são lisos. No entanto, são muito estreitos e, por vezes, não é possível seguir todo o percurso sem ter de usar a estrada. Esta é, na maioria das vezes, em calçada de pedra grande e por vezes irregular. Claro que a minha opinião se baseia no facto de eu andar sempre com a minha melhor amiga, a minha rodinha! No centro, não há muito trânsito automóvel e muitas das ruas são apenas pedonais.

Como já referi no artigo de Milão, achei Itália, onde tinha estado há uns anos, muito evoluída na questão das acessibilidades. Não é um país livre de obstáculos mas nota-se uma grande atenção relativamente a esta temática.

Resta dizer que se quiser umas vistas lindíssimas da cidade vá até à Praça Michelangelo e delicie-se com um magnifico postal.

JustGo!!

Ano da Viagem: 2018

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