Lá fomos nós para mais uma road trip por Espanha. Desta vez País Basco e Cantábria.
A primeira paragem foi em Valldolid, pois optámos por não fazer tudo de seguida e ir aproveitando a viagem descontraídos e sem pressas.
Valladolid
Tínhamos ficado em Valladolid quando regressámos da road trip a França e achámos uma cidade pacata e simpática para fazer estas paragens, por isso decidimos repetir. Como foi por pouco tempo, apenas deu para sair pelas ruas e descobrir um pouco da cidade e, claro, ir jantar ao Los Zagales, um restaurante onde já tínhamos ido na primeira vez que lá estivemos. Este é um dos restaurantes vencedores do Concurso anual de pinchos e são maravilhosos por isso não percam se passarem por lá!
E já agora, para finalizar o jantar, aqui fica uma dica: passem pela geladaria Regma e deliciem-se porque são muito bons! As especialidades são os sabores de café e o de queijo, mas digo-vos que o de morango é maravilhoso. Existem várias pela cidade, mas atenção porque a certas horas do dia as filas são enormes.
Bilbau
No dia seguinte arrancámos para Bilbau.
Já conhecíamos Bilbau e tínhamos gostado tanto que quisemos voltar. Uma cidade muito acolhedora, bonita e muito organizada. Em relação às acessibilidades conseguiu, mais uma vez, surpreender-me, pois estava ainda melhor do que da última vez que lá tinha estado e não tinha sido há muito tempo.
As ruas mais centrais, onde praticamente não passam carros, e não o podem fazer a mais de 30Km/hora, são quase todas de nível, com piso táctil e contrastes tanto em termos de material como em termos de cor. O trânsito automóvel, assim como a área de estacionamento são reduzidas por isso a segurança aumenta e tudo se torna muito mais agradável.
A sensação que tive é que a cidade é para as pessoas e não para os carros. Os transportes públicos são acessíveis e para quem anda em cadeira de rodas é muito tranquilo fazê-lo sem ser necessária qualquer tipo de ajuda.
Foram três dias, apenas, para aproveitar a cidade, comer bem e descontrair. Como era Agosto e, este ano, com as temperaturas altíssimas, que afectavam quase toda a Espanha, isso influenciou a escolha do destino, já que por estes lados nunca sobem sobem muito. E foi o que aconteceu, a temperatura estava amena, boa para passear, e até chuva apanhámos, mas nada que estragasse o passeio. Como num dos dias, dessa semana, era feriado o ambiente estava de festa e havia muita vida na rua, aliás como é apanágio em Espanha. Esta cidade tem uma vibração de que gosto muito.
Ponte da Biscaia e Bermeo
Saímos um dos dias para explorar as redondezas e também para ir até portugalete passar a ponte da biscaia, a primeira ponte suspensa do mundo. Construída em 1893, é uma obra do arquitecto Alberto de Palacio e classificada património da humanidade da UNESCO desde 2007. Foi construída com o objectivo de não empatar a navegação no rio Nérvion. Uma experiência nova para mim e para muitos dos que lá estavam e passaram connosco.
Daí seguimos até Bermeo, uma vila de pescadores muito pitoresca, com uma marina cheia de vida e tão bom ambiente que acabámos por passar lá a tarde e nem fomos ver mais nada. Nem sempre é preciso explorar um local na sua totalidade, por vezes o melhor é deixar uma desculpa para lá voltar, mesmo quando sabemos que o mais provável é que isso não venha a acontecer.
Apreciar um momento é o suficiente para nos encher o dia!
Santander
A viagem continuava até Santander onde nunca tinha estado, mas tinha alguma curiosidade por tudo o que já tinha ouvido falar. Há quem goste mais de San Sebastian e há quem prefira Santander. Nada como ir e ver com os nossos próprios olhos.
O primeiro impacto não foi o melhor, mas fui gostando mais à medida que descobria e sentia a cidade. Em termos arquitectónicos gostei bastante da zona velha com prédios bonitos, mas um pouco degradados. Santander era frequentada pela realeza e a alta sociedade do início do séc. XX, o que fez com que se tornasse num destino de excelência. É conhecida pela Noiva do Mar devido ao seu enquadramento e muito procurada por famílias, na altura do verão. Foi isso que encontrámos,nas suas belas praias e muita animação pelos bares e restaurantes que percorrem as ruas do centro histórico. As duas maiores atracções são antagónicas, o Palácio de la Magdalena, do início do Sec. XX, e o moderno Centro Botin, do arquitecto Renzo Piano. Vale a pena uma visita a ambos.
Picos da Europa – Lagos de Covadonga
Visitar os Picos da europa estava no programa da road trip. Foi para onde nos dirigimos de manhã quando deixámos Santander. O destino eram os Lagos de Covadonga.
Tinha feito alguma pesquisa para saber se podia passar com o carro, já que, nos meses mais concorridos, apenas se pode ir de autocarro, onde dificilmente entro, ou de táxi carrinha, (esta hipótese não tinha percebido que existia). Ao chegar mostrei o cartão de pessoa com mobilidade reduzida e deixaram-me passar com o carro. E aqui começou a verdadeira saga de descobrir se ia conseguir passar ou ficar entalada com algum carro, ou pior, algum autocarro, que se cruzasse comigo.
O caminho é lindíssimo, mas horrível para quem conduz! É tão estreito que em certos sítios só passa um carro de cada vez. Imaginem com os autocarros que ali andam. A subida é incrível e desafiante! Nunca mais lá chegamos!
Se soubesse nunca tinha avançado. Desistir a meio não é opção, por isso fui atrás de um autocarro, já que eles tem tudo organizado, falam uns com os outros e já sabem quando e onde devem parar para conseguirem passar.
A paisagem é lindíssima, mas eu não consegui absorver na totalidade, pois ia com os olhos na estrada. Lá em cima é realmente bonito, no entanto, não dá para andar a explorar os trilhos em cadeira de rodas, já que além do piso as inclinações são muito acentuadas. Eu, só estava focada na descida, pelo que nem apreciei muito.
A minha sugestão é que vão num táxi carrinha, para o qual não será tão difícil entrar como para um autocarro.
O melhor afinal estava cá em baixo, quando parámos no Santuário de Covadonga. A Basílica de Nossa Senhora tem um dos enquadramentos mais bonitos que já vi. O rosa do mármore, que a veste, faz contraste com o verde das imponentes montanhas que ficam por trás. Lindíssimo! Nem que seja só pela Basílica vale a pena uma visita ao santuário.
León
Fomos acabar o dia em León. Não conhecia e, sinceramente, no primeiro impacto, não fiquei encantada, mas à medida que fomos explorando fui gostando mais.
Saímos para jantar em direcção ao centro histórico onde estava a animação e as esplanadas cheias de gente, ou não estivéssemos em Espanha.
Atrasámos a nossa saída, no dia seguinte, para explorar um pouco e, já que ali estávamos, ficar a conhecer.
A zona histórica é bonita, mas está um pouco degradada. O ex-líbris: a catedral, que é lindíssima e iluminada à noite ainda fica mais bonita.
E daí seguimos para Salamanca, onde tínhamos planeado ficar, mas decidimos regressar mais cedo, por isso apenas almoçámos. Adoro Salamanca, mas já conhecemos e como iria haver muito transito no dia seguinte, domingo, optámos por vir para casa no sábado.
Hotéis
Em Valladolid repetimos o hotel onde já tínhamos ficado na primeira visita à cidade.
E esta não foi uma boa opção!
Apesar de o hotel estar bem localizado, ter uma decoração agradável e em termos de limpeza, simpatia dos funcionários e relação preço/qualidade ser muito bom, o que me fez voltar lá, as acessibilidades não são as melhores, sendo que ainda por cima nem me atribuíram o quarto adaptado, como confirmado por mensagem, por já estar ocupado. Da última vez que lá estive decidi que não voltaria, no entanto, como não consegui arranjar uma alternativa tão boa em localização e preço e como era apenas uma noite, decidi ficar sendo que já sabia com o que contava. Mas conseguiram piorar. Não aconselho para quem se desloca em cadeira de rodas.
O hotel em questão é o Zenit El Coloquio.
O melhor que me pode acontecer é existir um hotel do grupo Ilunion, e em Bilbau existem dois. Ficámos no mesmo onde tínhamos ficado da primeira vez. Apesar de já não ser um hotel novo e se notar algum desgaste, principalmente na casa de banho, continua a ser, para mim, uma excelente opção. Recomendo!
Hotel Ilunion Bilbao
O hotel de Santander foi um misto. Um quarto muito bem adaptado, com cama articulada, que eu dispenso, mas reconheço que seja uma óptima opção para algumas pessoas e foi a primeira que vez que vi. A casa de banho muito espaçosa e bem adaptada, só faltava um suporte para os produtos de banho, uma falha muito usual. Na recepção a rampa para os elevadores tem uma inclinação que nem todos conseguem vencer.
Hotel Santemar
Para finalizar, uma nabice minha em Léon! Tive uma enorme surpresa ao chegar ao hotel de quatro estrelas, do grupo Marriot, que não tinha quarto adaptado! Quando fiz a reserva, pedi o quarto adaptado e a confirmação, mas não esperei por ela, tal não foi a minha confiança de que estaria tudo bem.
Não escolham o: AC Hotel León San Antonio by Marriott.
Boas viagens!
JustGo!!