Kuala Lumpur foi a porta de entrada da volta ao mundo e, assim, começou a aventura que se iria prolongar por 40 dias.

E chegar a Kuala Lumpur é chegar à Ásia e ao frenesim das pessoas nas ruas, da comida em todas as esquinas e do seu cheiro por todo o lado, dos rostos sempre sorridentes, da simpatia e da disponibilidade para ajudar.

Na verdade, encontrei um povo caloroso, disponível e de sorriso fácil e, eu própria, senti que andei com o meu sorriso sempre posto, durante os dias em que lá estive.

É uma cidade intrigante com uma grande mistura de raças, culturas e religiões. Mais de metade da população é de origem estrangeira, sendo a grande maioria chinesa, mais de 40%, e cerca de 10% indiana, entre outras.

Em termos arquitetónicos, torna-se muito interessante descobrir esta antiga colónia britânica, onde se veem muitos edifícios em estilo Art dêco, contrastando com as grandes estruturas modernas dos dias de hoje.

Realmente, é uma cidade de grandes extremos, o que é comum encontrar quando se anda nas grandes cidades da Ásia. Contraste entre o moderno e o antigo, o limpo e o sujo, a riqueza e a pobreza e é o que notamos à medida que nos afastamos do centro: alguma pobreza nas ruas, sujidade e prédios degradados.

Durante os dias em que lá estivemos, não sentimos qualquer tipo de ameaça ou insegurança.

Chegámos a Kuala Lumpur e optámos por ir até ao centro no Monorail. Esta escolha deveu-se ao facto de ter encontrado informação de que era acessível e porque parava muito próximo do hotel. É sempre a melhor opção quando chegamos carregados com as malas. Só não me ocorreu que tanto a plataforma como o elevador estivessem avariados. E assim começou a odisseia: primeiro, descer um lanço de escadas com a ajuda do Fernando e de um funcionário do metro; logo a seguir, tiveram que inverter o sentido da escada rolante, que subia, para que o Fernando me descesse por aí.
A partir daí, sempre que precisámos, usámos o metro que é moderno e funciona muito bem, tirando um dos pontos em que o elevador estava avariado.

O que visitar em Kuala Lumpur

Quando procuramos informação sobre Kuala Lumpur o que sobressai são as Petronas Towers e as Batu Caves, mas há muitos mais pontos de interesse.

Para visitar as Petronas Twin Towers é aconselhado fazer a reserva com antecedência e é preciso escolher o horário. Nós já não conseguimos para o próprio dia pelo que tivemos que reservar para o dia a seguir. A primeira paragem é na Skybridge, no 41º andar, e a segunda no 86º andar. A visita é totalmente acessível e escusado será dizer que as vistas se perdem no horizonte.

Kuala Lumpur City Centre é a zona envolvente das torres e o parque adjacente é óptimo para descansar e apreciar as torres ou o espectáculo de luzes na fonte.

O Suria KLCC, na envolvência das torres, e o Pavilion KL, na zona de Bukit Bintang, são dois grandes centros comerciais sempre muito concorridos, mas bons para refrescar quando o calor aperta e muito úteis para quando é preciso uma casa de banho adaptada (sempre limpas e impecáveis!).

E para quem ainda não está farto de tanta vista, tem ainda a Menara Kuala Lumpur Tower, uma das torres de telecomunicações mais altas do mundo, onde se pode experimentar entrar num cubo de vidro transparente se não sofrer de vertigens.

O KL Forest Eco Park é uma floresta tropical, no meio da cidade, com mais de nove hectares, o que é impressionante. Para quem costuma ver fotografias da Malásia já viu, com certeza, a ponte suspensa a 21 metros do solo que é um dos destaques do parque, mas há muito mais a explorar nesta selva urbana, entre flora e fauna, que, infelizmente, tivemos que deixar para uma próxima ida a esta cidade.

Mas falar de Kuala Lumpur é falar de Batu Caves, talvez o ponto mais emblemático da cidade juntamente com as Petronas. Ficam a 13 km, mas chega-se lá facilmente de comboio. Isto se os acessos funcionarem. Já tínhamos os bilhetes para ir, quando descobrimos que o elevador para a plataforma não funcionava. Como já era tarde e ainda queríamos ver outros pontos, deixamos para ir no dia seguinte de táxi, o que acabou por não acontecer.
Sinceramente, perdi a vontade! Não senti necessidade de ir e não fazia muito sentido, já que, afinal, não podia visitar a caverna principal, ou seja, ia só olhar para a escadaria que lhe dá acesso e tirar uma fotografia num lugar que não é de todo acessível. No entanto, é possível andar pela zona envolvente e até visitar uma das cavernas mais pequenas. Não me arrependo de não ter ido!

Chinatown é a azáfama habitual de venda de rua, principalmente, no mercado da Petaling Street, uma grande área onde se pode encontrar tudo como é comum nestes sítios.

E, falando de mercados, passámos também pelo Central Market, em Pasar Seni, um mercado interior de produtos locais, comida e artesanato, que se prolonga na parte de fora, no Kasturi Walk, com mais pontos de venda de produtos e comida. Achei muito virado para o turista e, sinceramente, não adorei.

Fomos até Little India, mas não consegui apreciar muito a visita. Acho que não escolhemos a melhor hora para ir, pois o calor que se sentia era tanto que não ajudou. Só pensava em ir embora e baixar a temperatura do corpo, confesso!

A Merdeka Square, também conhecida como praça da independência, é um ótimo local para descansar e apreciar a arquitectura que a rodeia. É o que fazem muitos dos locais e nada como nos misturarmos e aprender com os seus hábitos. Um dos edifícios bonitos que se pode ver é o Sultan Abdul Samad, onde funcionam departamentos do governo.

Muito perto está a Mesquita Masjid Jamek Sultan Abdul que, infelizmente, não nos deixaram visitar por estarem a decorrer cerimónias apenas para os fiéis. Há que evitar ir à sexta-feira, o dia de oração islâmica, e nos dias sagrados islâmicos. Mas, a sua beleza exterior e o seu enquadramento no meio da cidade, entre os grandes edifícios, valeram a pena o passeio até lá. Até porque mesmo aqui fica a área The River of Life que marca a confluência dos rios Klang e Gombak e que foi reabilitada numa zona muito agradável com arte de rua e espetáculos a acontecerem a várias horas do dia.

Muito mais há para ver, mas do que gostei mesmo foi andar pelas ruas e descobrir como se mexe esta vibrante cidade.

Acessibilidades em Kuala Lumpur

Não é uma cidade fácil para quem se desloca em cadeira de rodas. Os passeios não estão todos rebaixados e os que estão, muitos deles, encontram-se partidos ou com buracos na zona do rebaixamento. Estão limitados por uns impedimentos que alargam em baixo para que uma cadeira de rodas ou um carrinho de bebé consiga passar (ver a fotografia em baixo). Não vi iguais em mais nenhum país ou cidade por onde já passei, e tenho dúvidas de que consigam passar por aí todos os tipos de cadeiras pois haverá algumas cadeiras elétricas que não o consigam fazer.
Também existe piso tátil, mas com as mesmas falhas, e claro que há zonas melhores do que outras.

Na zona mais central da cidade há uma passagem aérea que liga vários edifícios e que, para quem anda em cadeira de rodas e não só, se torna muito cómodo e muito mais fácil de percorrer do que andar nas ruas. Foi por aí que nos fomos safando até porque nos permitia protegermo-nos do calor que se fazia sentir.

O metro, como já referi, funciona bem e tem todas as condições de acessibilidade, no entanto, pode ocorrer que, em algumas estações, surjam elevadores que não funcionem, o que é de ter em conta!

Hotel em Kuala Lumpur

Ficámos hospedados no Novotel Kuala Lumpur City Centre cuja localização é óptima e, em termos de acessibilidade e adaptações, estava muito bem. Recomendo!

Reservar Novotel Kuala Lumpur City Centre aqui.

Não costumamos usar táxi, mas, desta vez, foi a melhor opção que encontrámos para voltar para o aeroporto. Como já referi, andar pelas ruas não é fácil e com as malas e sem poder contar com a ajuda do Fernando tornava-se mais complicado.

Kuala Lumpur é uma cidade intensa! Espero voltar um dia para descobrir mais a Malásia e os vestígios da presença portuguesa, principalmente, em Malaca, declarada Património Mundial pela UNESCO.

A volta ao mundo prosseguiu e seguimos para a Austrália!

JustGo!!

Mais detalhes da Volta ao Mundo no artigo: Volta ao mundo em 40 dias.

Ano da viagem: 2024

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