Todos nós sabemos que existem muitos imprevistos que podem acontecer quando estamos em viagem, principalmente, para quem está em cadeira de rodas. Alguns deles acontecem com tanta frequência que já deixaram de ser imprevistos e passaram a ser bem previsíveis, pelo que o melhor é irmos já preparados com uma solução pensada para que se resolvam mais depressa e com sucesso. Noutros, o melhor é prevenir e arranjar uma alternativa para que não venham, sequer, a acontecer.

Nalgumas situações, há que verificar se a falha foi nossa ou da outra parte, isto porque nos ajuda a escolher a melhor forma de resolver. Por exemplo, ao chegarmos a um hotel que não está adaptado e, se antes de irmos tínhamos confirmado com eles essa situação, então, podemos colocar a pressão do seu lado para que resolvam, pois isto implica com o nosso conforto e, até mesmo, com dinheiro. Se pedirmos assistência para entrar num transporte, há que levar esse comprovativo para que, mais uma vez, possamos colocar a pressão do outro lado. Não interessa quem tem culpa! Aquilo que queremos é resolver o problema, mas já sabemos que o empenho é sempre maior do lado de quem está em falta.

1. Chegar ao hotel e não ter reserva em nosso nome

já me aconteceu, na primeira viagem que fiz com o Fernando. Estávamos juntos há pouco tempo e decidimos ir para Madrid. Na altura, já lá vão uns anos, foi um conhecido, de uma agência de viagens, que nos marcou o hotel. Quando chegámos não havia nenhuma reserva em nosso nome e, para agravar a situação, o hotel nem sequer era acessível (ainda hoje não percebi o que aconteceu!). Eles foram muito compreensivos e ajudaram-nos a conseguir outro hotel, com boa acessibilidade.

Como resolver este imprevisto?

Pedir ajuda ao hotel para nos arranjar um outro com as condições necessárias.

2. Chegar ao hotel e este não ser acessível

Também já me aconteceu!

Num fim de semana ao Algarve, ao chegar ao hotel, verifico que o quarto é adaptado, a casa de banho está equipada com tudo o que é necessário, no entanto para chegar ao quarto, tenho que me passar para uma cadeira elevatória, para subir e descer as escadas, sendo que alguém teria que levar a minha cadeira para eu me passar, ao chegar ao outro lado. Aqui, eu seria completamente dependente e essa não é nunca a minha opção ao reservar um hotel com acessibilidades.

Como resolver este imprevisto?

Bem, neste caso, a solução foi exactamente a mesma, do ponto anterior, e tiveram que nos arranjar um hotel como alternativa. Fomos para um hotel do mesmo grupo, mais caro, sendo que não nos cobraram mais por isso. Aqui a falha foi totalmente deles. Aquele quarto serve para uma pessoa com dificuldade em andar, mas que não esteja em cadeira de rodas.

Claro que, em ambos os casos, podemos ser nós a fazer uma pesquisa de hotéis ou até mesmo no booking, mas será muito difícil conseguir confirmar as acessibilidades a não ser que se ligue diretamente para o hotel. Neste caso, eu prefiro que seja o hotel a fazer e a resolver a situação. É muito mais fácil para eles, e abrem-se mais portas para que o assunto se resolva rapidamente. Além de que conseguem negociar a tarifa já que é muito mais caro reservar um hotel em cima da hora.

3. Chegar ao hotel e o quarto não ser adaptado

Esta é a situação com que me deparo mais vezes. Escolho um hotel acessível, confirmo que o quarto é adaptado. No entanto, quando chego, reparo que não há obstáculos até chegar ao quarto, tem boas áreas, consigo movimentar-me bem lá dentro, mas a casa de banho não está equipada com um banco para o duche (situação mais frequente) ou não tem barras nas paredes, fundamentais para que consiga fazer tudo de uma forma independente e autónoma.

É com muita frequência que isto acontece, principalmente a falta do banco de duche, como por exemplo, no hotel em Amesterdão.

Como resolver este imprevisto?

Em relação ao suporte para tomar banho, o melhor é contactar imediatamente a recepção e pedir que entreguem um banco para o duche, já que este, normalmente, é portátil e nem sempre está no quarto. No caso de não terem um banco próprio, podem propor várias soluções: ou eles tentam adquirir um, no momento, e neste caso, na maior parte das vezes, eles não sabem o que é e temos que ser nós a explicar (a melhor forma é mostrar fotografias), ou, se não houver disponibilidade, ou não for possível esta solução, propor que arranjem uma cadeira de plástico, ou qualquer outra parecida que possa servir.

Já a falta de barras na parede, que também existem amovíveis, mas é pouco usual encontrar (eu nunca encontrei), torna as coisas mais complicadas. Aqui, e, no meu caso, se vou estar um ou 2 dias e estou acompanhada, opto por ficar (claro que com uma grande reclamação na recepção, sempre construtiva, claro!). Se a estadia é mais prolongada opto por tentar mudar de hotel e, neste caso, voltamos ao ponto um ou dois deste artigo, e peço que sejam eles a resolver a situação, já que o problema foram eles que o criaram. Se não for possível mudar no próprio dia, articular com o hotel para que a mudança possa ser feita no dia a seguir.

4. Extravio da mala no avião

Chegar ao nosso destino sem a mala é um grande constrangimento, um pesadelo, digo mesmo! Já me aconteceu, quando fui a um torneio de ténis à Holanda. Neste caso, não tive hipótese a não ser comprar algumas coisas fundamentais para o primeiro dia, até porque tinha jogo logo na manhã seguinte, e pedir por tudo que a mala chegasse no dia a seguir (felizmente, chegou!).

Desde esta altura que levo sempre comigo uma mala de cabine com aquilo que é imprescindível e sem o qual não posso mesmo passar.

Como resolver este imprevisto?

Aqui a solução é mesmo a prevenção, ou seja, como já referi, levar uma mala de cabine com tudo o que é imprescindível para nós.

5. Transportes – Não ter pedido a assistência com a antecedência exigida

Na maior parte dos transportes, para entrar, é necessário pedir assistência com alguma antecedência. Isto acontece em quase todos, como no avião, no comboio e, até mesmo, no barco. Já me aconteceu não pedir assistência para entrar no comboio, dentro do prazo estipulado, e tive mesmo que alterar a hora de saída, como, por exemplo, em Munique.

Sempre que adquirimos um bilhete para andar num destes transportes, há que procurar no respectivo site a informação em relação a este assunto e verificar como devemos proceder já que varia de companhia para companhia e de transporte para transporte.

Como resolver este imprevisto?

Bem, neste caso, a falha foi nossa, pelo que dependemos da boa vontade deles, por isso, assim que percebemos que estamos em falta com esta situação, ou seja, que não pedimos assistência com a antecedência necessária, o que há a fazer é contactar imediatamente a companhia e explicar o assunto.

Estes são alguns imprevistos que já me aconteceram em viagem e estas foram as formas que arranjei para os resolver ou contornar. Partilhem, nos comentários, situações que tenham acontecido e como as resolveram.

JustGo!!

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