A viagem a Viena já tinha sido marcada e desmarcada várias vezes, mas finalmente aconteceu! Há muito que queria conhecer esta cidade e, realmente, fazia todo o sentido este querer. Viena é uma cidade incrível!

Chegámos a Viena de comboio, vindos de Salzburgo, e aqui terminaria a nossa viagem pela Alemanha e Áustria. Foi uma bela combinação de cidades. 

Ao contrário de Munique e Salzburgo, Viena é uma cidade em que se justifica tirar um passe de transportes públicos, neste caso de uma semana, e, assim, aproveitar para conhecer locais mais dispersos.

No primeiro dia, como já era tarde, saímos a pé e fomos visitar o parque de diversões Prater, que ficava perto do hotel, onde a maior atracção é a roda gigante, a Wiener Riesenrad, que se tornou um dos símbolos de Viena. O parque é um dos mais antigos do mundo, com alguns dos carroceis originais, ainda em funcionamento, como é o caso da roda que se mantém, tendo já sido reconstruída depois de um incêndio. Uma espécie de feira popular com todos os carroceis que possam imaginar. Não é muito a minha onda! Acreditem, ou não, este tipo de diversões mete-me medo, não consigo descontrair, pois acho sempre que alguma coisa se vai soltar e cair em cima de mim. Filmes a mais, talvez, mas sinceramente, além da roda gigante, acho que não vale a pena a não ser que se goste ou que se vá com crianças, pois para elas sim, é o paraíso!

No segundo dia, começou a verdadeira exploração à cidade dos artistas, da música, da arquitectura, do bom gosto e claro, de muito dinheiro. Vê-se que é uma cidade onde circula muito dinheiro.

Apanhámos o metro até ao centro e saímos em Stephansplatz, mesmo em frente à Catedral que aproveitámos para visitar. A catedral de Stephansdom, ou Catedral de São Estevão, é um dos monumentos mais emblemáticos da cidade, que sofreu várias reconstruções depois de destruída na altura da guerra. É um edifício de estilo gótico, muito bonito e que merece ser apreciado tanto por dentro como por fora. É acessível a cadeira de rodas, mas não na totalidade, e a entrada faz-se pela porta principal.

Há museus de tudo e para todos os gostos, pelo que é só escolher consoante os interesses de cada um. Daquilo que vi e li, nas pesquisas que fiz, devem ser todos acessíveis e adaptados. No entanto, aquilo de que mais gostamos e que fizemos muito, foi andar pelas ruas a apreciar os edifícios imponentes, palácios e palacetes em todas as esquinas, jardins magníficos, bibliotecas e concertos de rua, festas de bairro, mercados e muito movimento. Que cidade deslumbrante, esta!

Por falar em museus, encontramos em Viena um dos maiores complexos culturais do mundo, o MuseumsQuartier. Este é um espaço de arte e cultura que junta exposições e espetáculos de artes plásticas, arquitetura, música, moda, teatro, dança, literatura, arte de rua, design e fotografia. Situa-se numa área de edifícios históricos e modernos, misturando arquitetura barroca e contemporânea, que, ao mesmo tempo, proporciona momentos de descontração e de convívio nos cafés e restaurantes ou simplesmente nas zonas de lazer aí criadas. Foi o que fizemos mais do que uma vez. Um espaço a não perder e totalmente acessível.

Como não dá para ver tudo, uma das nossas opções foi o Museu Albertina onde escolhemos ver a exposição permanente, de pintura de arte e escultura, Monet to Picasso, da colecção Batliner. Esta é considerada uma das mais importantes coleções de pintura modernista do mundo e, realmente, foi uma das melhores que já vimos. Para quem gosta, fica aqui a sugestão! O museu está equipado com plataformas e elevadores que o tornam acessível a todas as pessoas, assim como casa de banho adaptada.

E como não o tínhamos visto em Portugal (uma falha!), aproveitámos para ir até ao Albertina Modern para ver Ai Weiwei, aqui com a exposição “Em Busca da Humanidade”, onde questiona a democracia e a liberdade nos dias de hoje. Uma visão dura do ativista que nos deixa a pensar. Outro museu totalmente acessível, onde se consegue aceder a todas as salas. A única falha foi da própria exposição, pois tinha dois expositores sem acessibilidade, um com um degrau para entrar na simulação da cela em que esteve preso e outro num expositor com janelas, por onde se podia espreitar, sendo que nenhuma estava ao meu alcance.

O arquitecto Friedensreich Hundertwasser conhecido por ser um visionário e ter projectado as suas obras para serem sustentáveis e em harmonia com a natureza, criou em Viena o Hundertwasser Village, um complexo de edifícios onde tudo é irregular. Aqui nada foi feito à régua, os degraus não são regulares, os andares têm alturas diferentes e as árvores são obrigatórias. Creio que na sua visão não existiam pessoas em cadeira de rodas, já que nem o piso é liso e andamos completamente às ondas, mas, mesmo assim, merece uma visita.

“sem um ambiente humano e sem paz com a natureza, a existência humana não seria possível”

Friedensreich Hundertwasser

Decidimos visitar o Palácio de Schönbrunn, Património Mundial da UNESCO e uma das maiores atracções da Áustria. Tudo começou com um pavilhão de caça que evoluiu para o palácio de verão da família imperial. Existem várias opções de visitas. Nós visitámos o interior do palácio e ficámos com uma ideia da sua história e da dinastia dos Habsburgs.  Os jardins do palácio são magníficos, mas preparem-se para andar muito se os quiserem ver na totalidade. Fica afastado do centro, mas é possível ir até lá de metro e é mesmo a melhor opção. O Palácio é acessível a cadeira de rodas, tem casas de banho adaptadas e o acompanhante não paga.

Palácio de Schönbrunn

Gastronomia

E para comer deixo uma sugestão, onde podem e devem ir almoçar, o Nashmarkt! Este é o mercado mais frequentado de Viena, onde, além de restaurantes se encontram as bancas mais coloridas e tentadoras de todas, podendo comprar-se de tudo um pouco. O ambiente é convidativo e descontraído, por isso uma excelente opção. Além do mercado, existe muita oferta de restaurantes e cafés com esplanadas por todas as ruas com um ambiente muito agradável onde se pode comer de tudo incluindo, claro, a comida típica austríaca.

E agora eu devia dizer que valeu a pena estar na fila para provar o bolo mais cobiçado da Áustria, mas a nossa curiosidade não foi assim tanta, por isso não provámos o famoso bolo de chocolate da pastelaria Sacher. Fica aqui a dica.

Não estava muito sol, mas, mesmo assim, deu para apreciar as ruas da cidade que estavam repletas de pessoas, muitas delas turistas, principalmente, nas ruas à volta da praça Stephansplatz. Esta é uma zona de comércio, com muitas lojas, muita oferta e para todas as carteiras. As lojas caras estavam praticamente todas à porta fechada e algumas com fila para entrar, curiosamente, as mais caras.

Viena revelou-se uma cidade muito acessível por onde foi muito fácil andar sem ter sido necessária qualquer ajuda. A nível de rua os pisos são lisos, os passeios rebaixados e os transportes acessíveis. Explico tudo no artigo Munique, Salzburgo e Viena | Alemanha e Áustria

Ficou muito por ver, já que a oferta é muita, pelo que voltar será uma realidade com toda a certeza!

JustGo!!

Ano da Viagem: 2022
Links úteis:
Informação sobre Viena acessível aqui
Transportes de Viena aqui

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