A viagem a Miami prometia, mas o itinerário que tínhamos programado teve que ser alterado devido a problemas de saúde meus, pelo que a road trip pela Flórida foi trocada por um cruzeiro pelo mar das Caraíbas.

Assim, depois de uns dias em Miami e Miami Beach partimos, então, num cruzeiro até Key West, passando pelas Bahamas.

A Experiência num Cruzeiro

Foi a primeira vez que fiz um cruzeiro e confesso que não fiquei nada fã.

Tinha muita curiosidade em fazê-lo pois achava que seria uma óptima forma de viajar para quem se desloca em cadeira de rodas e, talvez até seja pois está tudo pensado e adaptado para quem tem mobilidade condicionada. Porém acho que não fiquei fã, foi mesmo do conceito em si.

O stress de ter que estar a horas certas no navio, quando se anda a passear para não corremos o risco de o navio partir sem nós, não é para mim! As horas que ficamos em cada local, contando com o que gastamos a sair e entrar no navio, mais os transportes, no caso de estarmos afastados da localidade, não dá praticamente para nada. Ter horas para quase tudo e não andar descontraída não é, definitivamente, a minha maneira preferida de viajar.

Como foi tudo marcado em cima da hora, tivemos que ficar num quarto interior sem janela. E ir para o quarto, naqueles corredores minúsculos e alcatifados, era verdadeiramente atrofiante. Aliás, é a primeira coisa que me vem à cabeça quando penso em cruzeiros!

Miami cadeira rodas

Partimos de Miami debaixo de uma chuva torrencial. O ambiente, no navio, era de festa já que fomos juntamente com um grupo de quinceañeras e isso quer dizer que fomos com muita animação! Aos quinze anos, as adolescentes argentinas são apresentadas à sociedade, partem em viagem de grupo e é comum optarem por cruzeiros pelas Caraíbas. E, como devem imaginar, são um bocadinho agitadas e a chuva, ao contrário do que seria de prever, ainda ajudou à festa, o que até foi engraçado.

Paragem nas Bahamas

A visita às Bahamas não deu para ver quase nada. Tratando-se de outro país, tivemos a burocracia habitual para sair do navio com a apresentação de passaporte mais as filas para a revista aos objectos que levávamos, onde perdemos logo muito tempo.

Parámos na capital, Nassau, que fica na ilha de New Providence e o que chama mais à atenção, assim que chegamos, são as casas coloridas que dão alegria à cidade. Fizemos a rua principal, a Bay Street, que está repleta de lojas Duty Free, principalmente joalharias, com uns preços muito apelativos. Seguimos um pouco mais até à Praça do Parlamento onde pudemos apreciar a arquitectura colonial dos edifícios de 1815 que aí se encontram.

Almoçámos, regressámos ao navio porque começou a chover e acabámos por já não sair. O pouco que vi, e por onde passámos, estava acessível mas não tive tempo para formar uma opinião. Pela pesquisa que fiz, Nassau tem muitas actividades para pessoas com mobilidade reduzida, assim como praias acessíveis.

No dia seguinte, estava programada uma visita a uma ilha paradisíaca, a qual foi anulada devido a um furacão. Passámos, por isso, um dia inteiro em alto mar.

Key West, a ilha mais a sul dos Estados Unidos

A parte boa foi Key West, que é fantástica. Trata-se de uma ilha muito acolhedora, calma e bonita. Estava um dia agradável com boa temperatura, talvez um pouco quente demais, mas deu para passear pelas ruas, explorar um pouco e almoçar num restaurante de praia onde o F foi dar um mergulho. Fica no ponto mais meridional dos Estados Unidos que está assinalado por um marco em forma de bóia, sendo um dos spots de passagem quase obrigatória, assim como a casa onde viveu Ernest Hemingway, agora transformada em museu, acessível, apenas, no piso inferior e jardins.

A Duval Street, a rua mais conhecida da zona, tem os bares mais giros que já vi. É uma rua encantadora,  com as suas casas de madeira em tons pastel, de estilo vitoriano. É uma rua com muita animação e há que parar e apreciar o ambiente.

Key West é plana, sem grandes inclinações, e os passeios das ruas estão rebaixados pelo que é fácil por lá andar. Os edifícios históricos, principalmente na zona mais velha, não têm elevador nem rampas de acesso. Não consegui perceber se havia alguma praia acessível pois passámos apenas por uma.

Tenho a certeza que haverá outros cruzeiros melhores e que as condições atmosféricas também não ajudaram mas, de qualquer modo, acho que, efectivamente, não são o meu modo preferido de viajar.

Miami e Miami Beach

Miami é uma cidade com passeios rebaixados, praias acessíveis e rampas de acesso a serviços.

Ao chegarmos a Miami, alugámos um carro para explorar a zona e ficarmos a conhecer melhor a cidade. Foi o que fizemos nos primeiros dias antes de irmos para Miami Beach.

Aproveitámos para passear pelo luxo do Design Distrtict em que tudo é estupidamente caro. Conhecemos o Downtown City e não deixámos de fazer umas comprinhas nos outlets da zona, onde os preços fazem diferença.

Em Miami Beach ficámos no famoso Art Déco District, mesmo numa rua paralela ao Ocean Drive, a rua mais conhecida de Miami com os seus prédios estilo Art Déco dos anos 20. Havia grande agitação, tanto de dia como de noite. O que mais se ouve falar é espanhol e brasileiro. Estes últimos vão com o objectivo de irem às compras aos outlets e os primeiros são os emigrantes latino-americanos que por lá vivem, o que, de repente, nos faz parecer que estamos numa cidade sul-americana.

Já dormíamos quando o alarme do hotel começou a tocar. E era um barulho ensurdecedor que não parava e nos deixou loucos! O F foi ver o que se passava e, pouco depois, entrou no quarto com um segurança do hotel, para me levarem. Nem consegui sair da cama sozinha, de nervosa que fiquei. Descemos à recepção, de pijama e com alguns objectos pessoais que conseguimos apanhar enquanto saíamos. Afinal era um pequeno incêndio na cozinha sem grande problema mas, por segurança, tiveram que actuar daquela forma. Ficámos cerca de uma hora na recepção juntamente com os outros hóspedes.

O hotel é o que se chama um “boutique hotel”, enquadrado no bairro ao estilo Art Déco com luzes roxas a saírem de debaixo da cama e dos cortinados! Fica mesmo por trás da casa Versace, onde Gianni Versace foi assassinado. Encontrava-se muito bem adaptado pelo que recomendo, Dream South Beach Miami.

Miami não foi o meu destino preferido, mas talvez o meu estado de saúde não tenha ajudado muito, pois estava em recuperação de uma cirurgia. Por essa situação, também não fui à praia embora várias estejam adaptadas.

Foi uma viagem que não correspondeu às expectativas que tinha criado mas talvez um dia regresse e mude a minha opinião!

JustGo!!

Links úteis:

Site com mais informação sobre acessibilidade em Accessible Travel in Florida, Visit Florida.

Ano da Viagem 2014

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2 Comments

  1. Olivio Carrilho Reply

    Oi eu sou brasileiro e vivo em Toronto ah 36 anos e uma das cidades mais plana do Canadá e aqui você tem acesso em todas as ruas rebaixado o meio fio da calçada para cadeirantes ,ah gostei dos seus comentário de viajar de avião , vou para o Brasil com a Aircanada e a primeira viagem com uma cadeira de rodas Eletronica , e no Brasil no aeroporto de Guarulhos mudar para a Compania gol e o caminho no aeroporto e de uns 3 kilometros do terminal 3 para o 2 , quais são as suas dicas para essa viagem que vou fazer em dezembro?

    • Sofia Reply

      Olá Olivio, obrigada pela mensagem. Toronto é uma cidade fantástica, gostei muito, e sim, muito acessível.
      Em relação à viagem e ao avião, é fazer tudo com tempo para não ter imprevistos. Não esquecer de avisar, com antecedência, as companhias, de que vai viajar em cadeira de rodas.
      Boa viagem!

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