Viagem e desporto? Como praticante de ténis adaptado e tendo estado na competição durante alguns anos, tornou-se frequente juntar viagens e desporto num só pacote. Nada melhor do que conciliar dois prazeres.

Durante os anos em que fiz competição, realizei algumas viagens com a finalidade de jogar e a alguns destinos que não conhecia pelo que aproveitei para os explorar um pouco.

Entre eles, em Portugal, fui mais do que uma vez a São Miguel, nos Açores, e foi por isso que me encantei com esta ilha que, até então, não conhecia. Adoro São Miguel e espero um dia voltar. Já lá vão uns anos e não sendo dos locais mais acessíveis onde já estive também não tive muita dificuldade em andar por lá.

Numa das viagens a Ponta Delgada tive um momento hilariante em que, após uma saída à noite, tivemos que regressar três pessoas que se deslocam em cadeira de rodas no mesmo carro. O carro, alugado, não era adaptado mas o meu amigo tem um acessório que liga uns comandos manuais aos pedais e, com isso, consegue conduzir qualquer carro. Isto implica alguma perícia pois, além dos comandos, tem ainda que meter mudanças quando o carro não é automático, o que era o caso.

Agora, imaginem três pessoas e três cadeiras de rodas dentro do mesmo carro! Primeiro, entrei eu e a pessoa de trás e, não sei como, encaixámos duas cadeiras entre o banco de trás e a bagageira. Depois, entrou o condutor e alguém colocou a cadeira dele no porta bagagem.

Lá seguimos viagem!! Garanto-vos que no meio de tantos comandos, mudanças e risadas, o que nos valeu, mesmo, foi o facto de a estrada ser praticamente só para nós. Foi por pouco que não fizemos uma rotunda a direito!

Chegados ao hotel, ligámos e pedimos ao recepcionista que nos tirasse uma das cadeiras e, assim, conseguimos sair um a um, cadeira e pessoa.

Houve um ano em que a final do Campeonato Nacional foi em Porto Santo, na Madeira, destino que também não conhecia. Aqui, consegui o titulo de campeã de pares, (O único que ganhei :-)). Ainda deu para ir até à praia e mergulhar nas águas quentinhas de Porto Santo, que maravilha!

Eu era a única mulher a jogar em Portugal pelo que o campeonato era misto para que pudesse participar.

A única vez que joguei com mulheres foi quando fui a Utrecht, na Holanda, participar numa prova internacional. Aqui toda a gente joga: homens, mulheres, novos, velhos, ninguém fica em casa!

Cheguei a Amesterdão e, após alguma espera, percebi que a minha bagagem estava perdida. Foi a única vez que me aconteceu e, como imaginam, é muito desagradável. Logo no aeroporto, comprei algumas coisas essenciais e esperei que ainda ma entregassem no mesmo dia, o que não aconteceu. 

Tinha jogo no dia a seguir e sem roupa de desporto tive que ir às compras, tendo ficado, assim, a conhecer o centro da cidade!

Utrecht é uma cidade com história, atravessada por canais e muito conhecida pela sua conceituada Universidade, uma das melhores da Europa. Vale a pena uma visita a esta charmosa cidade!

De Utrecht, o que mais recordo são as bicicletas até porque levei muitas buzinadelas por andar na ciclovia e eles não perdoam! Acho que são ainda mais ciclistas do que em Amesterdão.

Enfim … lá joguei e a mala acabou por aparecer no final do  segundo dia.

 JustGo!!

Foto Capa: Rodrigo Cabrita

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