História, cultura, arquitectura e modernidade é o que encontramos em Guimarães, cidade que não se esgota numa visita.

Há quanto tempo não vão a Guimarães? Se não vão há tanto tempo como eu, torna-se obrigatória uma visita. Foi uma surpresa muito agradável, no entanto, digo que foi uma surpresa, mas nem sei porquê, pois acho que a única coisa de que me lembrava de Guimarães era do “Aqui Nasceu Portugal”.

O centro histórico desta cidade é encantador e está muito bem recuperado e conservado o que explica a nomeação pela UNESCO de Património Mundial da Humanidade, desde 2001.

Demos umas quantas voltas, repetimos largos, praças e ruelas e não nos cansámos.

Estacionámos o carro na Rua de Santo António, e assim que chegámos ao Largo do Toural, ficámos rendidos. Foi amor à primeira vista! Este Largo é, talvez, a principal referência da cidade e um bom ponto de partida para iniciar a digressão por Guimarães.

O calor apertava por isso, antes, tivemos que nos refrescar com um mojito de maracujá que nos deu logo boa energia para continuar.

Seguimos pelas ruas, nem todas muito acessíveis, valendo-me a minha melhor amiga, a minha roda “todo-o-terreno”.

O largo da Oliveira e a Praça de São Tiago são dois spots obrigatórios. Assim que chegámos ao Largo da Oliveira, reparámos imediatamente no Padrão do Salado, um monumento de estilo gótico, erguido em homenagem à vitória de D. Afonso IV sobre os mouros na Batalha do Salado. Logo ao lado, a Praça de São Tiago remonta à era medieval e o seu estado de conservação é de tal maneira bom que nos transporta até essa época.

Fiquei encantada com o Paço dos Duques de Bragança, um palácio do século XV, mandado construir por D. Afonso, futuro Duque de Bragança, pois, além de bonito, o seu estado de conservação é excelente. Trata-se de uma bela obra arquitectónica classificada como Monumento Nacional e no seu interior, podemos apreciar um espólio dos séculos XVII e XVIII, rico em tapeçarias, porcelanas da India e mobiliário português do período pós-descobertas. Apenas a Capela não é acessível a cadeira de rodas devido à escadaria podendo, no entanto, ser vislumbrada de fora. Uma visita imperdível!

Mesmo ao lado fica o Castelo de Guimarães que não visitei por não ser acessível.

Para mim, uma das Igrejas mais bonitas, talvez pelo enquadramento ao fundo do jardim da Avenida D. João IV, é a Igreja de N. Sra. da Consolação e Santos Passos, classificada como imóvel de interesse público, que, infelizmente, estava encerrada e não pudemos visitar. De qualquer modo, acho que não tem acessibilidades.

Mas nada melhor para ficar a conhecer os segredos de uma cidade do que visitá-la com quem lá vive desde sempre. Tivemos esse privilégio e com a ajuda da autora do blog O Berço do Mundo, Ruthia Portelinha, e do seu grande parceiro de viagem, o filho Pedro, conseguimos descobrir algumas curiosidades da cidade. Só assim reparámos na estátua com duas caras, que se encontra no Largo da Oliveira, e que traz o dissabor aos vimaranenses do boato de serem pessoas desonestas. Fizemos, ainda, uma tentativa de provar os melhores doces tradicionais de Guimarães, mas, infelizmente, a loja estava fechada naquele dia. Não digam a ninguém mas fica na Rua de Santa Maria. Esta rua foi uma das mais importantes da cidade, pois fazia a ligação entre a zona mais alta, onde se encontra o Castelo, e a zona baixa da antiga vila. É muito variada em termos arquitectónicos e achei que é uma das mais bonitas da cidade. Obrigada aos dois, pelas dicas e pelo bom momento que nos proporcionaram.

Outra das sugestões da Ruthia, que seguimos, foi subir à Montanha da Penha. Não o fizemos no teleférico pois não é acessível a cadeiras de rodas, mas deve ser uma viagem maravilhosa já que é uma subida de 400 metros, em poucos minutos. Optámos por ir de carro pela estrada serpenteada, que nunca mais acabava, e, deste modo, fomos apreciando a diversidade natural que se vai adensando à medida que subimos.

No topo, encontramos o Santuário de Nossa Senhora do Carmo da Penha, uma obra imponente que pode ser visitada e apreciada por todos. Para se chegar até lá, há que vencer a inclinação do terreno, o que para mim apenas foi possível com ajuda, existindo, depois, uma entrada de lado com rampa de acesso. A Montanha da Penha oferece várias actividades desde parque de campismo, hotel, mini-golfe, circuitos de manutenção e muito mais, além de umas vistas deslumbrantes sobre a cidade.

Ficámos muito bem hospedados no Hotel de Guimarães. O quarto era adaptado a pessoas com mobilidade reduzida com áreas amplas, barras de apoio na casa de banho e cadeira para o banho.

Justgo acessível
Largo do Toural

Acrescento que a candidatura a Património Mundial da UNESCO e o facto de Guimarães ter sido Capital Europeia da Cultura em 2012 trouxeram à cidade uma dinâmica cultural que perdurou além desse ano e contribuíram para a requalificação, modernização e vivacidade da cidade.

JustGo!!


Links Úteis:

Guimarães – Itinerário Acessível do Visit Portugal

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