Foi com entusiasmo que recebi o convite da Isabel e do Nuno para me juntar a eles numa das viagens de grupo, promovidas pela sua agência levarTravel, e mostrar-lhes como é viajar para quem tem mobilidade reduzida.

Um dos objectivos da agência é tornar a suas viagens inclusivas e poder receber todas as pessoas nos seus grupos. Este é um desafio que querem cumprir à medida que for possível, já que alguns dos seus destinos não são muito fáceis, em especial, para quem se desloca em cadeira de rodas.

Viajar em cadeira de rodas implica alguns ajustes, principalmente, no contornar os obstáculos, que persistem em existir, e na dificuldade em encontrar alojamento adequado, acesso aos transportes e a algumas actividades. Quando acrescentamos viagens para destinos menos evoluídos, ou mais radicais, as coisas complicam-se ainda mais.

A organização tem que ser feita com muito cuidado e critério. No entanto, é impossível controlar tudo, principalmente, aqueles obstáculos que vão sempre existir como sejam escadas, inclinações do terreno, falta de casas de banho adaptadas, etc. Logo, tem que haver da nossa parte, pessoa com mobilidade reduzida, alguma flexibilidade para aceitar que vamos precisar de ajuda, isto se queremos acrescentar alguma aventura à viagem. Neste caso, dependendo da nossa autonomia, há que perceber se precisamos de levar acompanhante para nos auxiliar nalgumas tarefas do dia a dia. Só assim será possível integrar viagens de grupo já programadas.

A levarTravel é uma agência de viagens culturais e de aventura, que tem como foco principal o turismo sustentável e, agora, inclusivo.

Se pensar juntar-se aos grupos da levarTravel há que ter esse conceito em atenção e perceber se é isso que quer. Existem sempre alternativas às viagens de grupo, como por exemplo, uma viagem personalizada o que, consequentemente, será mais dispendioso.

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Mesquita Santa Sofia

O destino

Foi-me dado a escolher o destino e a Turquia estava na minha lista já há algum tempo.

Não foi um destino fácil de organizar a nível de alojamento, principalmente, quando se tratava de outras cidades que não Istambul. Isso veio a constatar-se mais tarde ao encontrarmos um país pouco acessível para quem se desloca em cadeira de rodas. Este é daqueles países onde seria impossível eu ir sozinha, pois existem grandes inclinações de terreno, muitos passeios sem estarem rebaixados e o piso muito irregular.

Acessibilidades à parte, Istambul é uma cidade fantástica que valeu muito a pena e que compensou as dificuldades encontradas e os obstáculos que tivemos que ultrapassar.

O grupo

Confesso que saí de casa um pouco receosa sobre quem iria encontrar no aeroporto. Ninguém se conhecia e ninguém sabia que uma das pessoas estava em cadeira de rodas. E, de facto, não tinham que o saber, no entanto, considero que uma pessoa em cadeira de rodas altera a dinâmica do grupo, sendo necessário fazer algumas alterações, principalmente quando é preciso fazer um desvio devido a um obstáculo, procurar uma entrada acessível ou uma casa de banho adaptada e, neste caso, posso acrescentar, a necessidade de me ajudarem a subir escadas mais do que uma vez.

Claro que eu ia com o F. que me ajudaria sempre que necessário, aliás como é costume sempre que viajamos sozinhos, no entanto, ao viajar em grupo todos nos influenciamos uns aos outros.

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Pamukkale

Sorte, acho eu, foi o que tivemos! Éramos 11, compreendidos entre os 25 e os 65 anos, e não podia ter corrido melhor. Respeito, educação, simpatia, mas, acima de tudo, todos tinham um sentido de humor apurado. Talvez esta seja a receita para o sucesso das viagens em grupo. Regressámos com saudades uns dos outros.

Quanto a mim e ao meu receio inicial de aparecer uma pessoa em cadeira de rodas sem que ninguém soubesse, veio a revelar-se desnecessário. Para quem nunca tinha lidado com uma pessoa em cadeira de rodas fizeram-no todos com muita simplicidade, muita facilidade, sem impor ajuda e sem deixar de ajudar. Quando não sabiam, perguntavam, quando tinham que brincar, brincavam, quando era para respeitar, respeitavam.

Isabel, Nuno, Fernando, Carla, Jacinto, Albina, Cátia, Mariana, Patrícia e Pedro foram incríveis! Obrigada pelos bons momentos que passámos.

Viajar com a levarTravel

A organização da minha viagem foi maioritariamente feita com a Isabel Neto, cofundadora da empresa, a quem foi muito fácil explicar como é organizar uma viagem para uma pessoa com mobilidade reduzida. Como já referi anteriormente, este não foi um destino fácil, nem a nível de organização, nem depois, no destino. O programa original da viagem teve que sofrer algumas alterações, principalmente a nível de alojamento e havendo sempre uma grande abertura para que isso acontecesse. Aliás, a iniciativa partiu sempre da Isabel.

O líder

O Nuno Relvas, fundador da empresa juntamente com a Isabel, é o líder das viagens à Turquia e confesso que fiquei mais descansada por saber que era ele. Não que não me sentisse segura com qualquer um dos outros lideres da levarTravel, mas, neste caso, senti-me mais confiante pois ele tinha acompanhado todas as questões desde o início e, na verdade, a viagem estava muito bem organizada.

Foi muito fácil viajar com o Nuno. Esteve sempre disponível para ajudar, sempre atento a todas as situações, minhas ou do grupo, e sempre bem disposto.

Viajar em grupo com a levarTravel?

Foi a primeira vez que viajei em grupo e fiquei rendida. O espirito do grupo foi de tal maneira contagiante que parecia que nos conhecíamos todos há muito tempo. Não sei se será sempre assim, estou convencida que não, mas se for, quero mais. Gostei muito e recomendo.

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Istambul

Atreva-se a marcar a próxima viagem com a levarTravel. Para isso basta aceder ao site e escolher.

JustGo!!

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