A nossa viagem à Islândia foi programada de modo a conhecermos a capital do país e um pouco mais à volta, de modo a ficarmos com uma ideia dos principais pontos de atracção. Assim, Saímos de Reykjavik e partimos numa Road Trip pelo Golden Circle, o circuito mais conhecido da Islândia.

Deixámos Reykjavik um pouco assustados e até tristes pois, principalmente eu, achei que não ia conseguir aproveitar nada, já que frio, vento, chuva e cadeira de rodas não são de todo compatíveis. O vento era fortíssimo e até para ir do hotel ao carro, a pouquíssimos metros, tive dificuldade.

Confesso que me apeteceu desistir e ficar dentro do hotel, os três dias, à espera do dia de regresso.

Felizmente, desistir não foi possível e seguimos para uma viagem incrível que ia melhorando à medida que avançávamos.

Road Trip pela Islândia

São várias as opções para visitar a ilha de carro:

É possível dar a volta à ilha, num só dia, pela estrada principal, a Route 1, conhecida pela Ring Road pois é um anel que circunda a ilha, mas, para apreciar toda a beleza que este país nos oferece, o melhor é reservar cerca de 8 a 10 dias, dependendo do clima e do ritmo que se quiser.

A Ring Road é composta por duas vias, uma para cada sentido, afunilando para uma só nas pontes em que a regra é: passa o primeiro a chegar. A maioria dos carros são de turistas que visitam a ilha e param em todas as atracções, pelo que é normal encontrarmos caras “conhecidas” sempre que paramos.

Road-Trip-Golden-Circle-Islandia

Em alternativa, podemos optar por fazer apenas o Golden Circle que é um circuito mais curto mas que passa por vários pontos de interesse no Sul da Islândia. Este é um circuito de aproximadamente 300 km que começa e acaba em Reykjavik.

O Golden Circle

A  Islândia é o país do contraste entre o gelo e o fogo. São mais de uma centena de vulcões, sendo que muitos estão ainda activos, e uma grande área do país está coberta por glaciares.

É o país em que, a cada curva, a paisagem muda radicalmente e, em cada curva, pasmamos e achamos que é mais bonita do que a anterior.

A Islândia está sobre a falha tectónica das placas Norte Americana e Euro-Asiática e aqui foi a nossa primeira paragem, no Parque Thingvellir.

Parque Nacional Thingvellir

O Parque Nacional Thingvellir encontra-se onde outrora foi criado o Parlamento Islandês, sendo um dos locais mais importantes da história da Islândia, o que justifica a distinção como Património Mundial da UNESCO, desde 2004.

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Como já referi, encontramos aqui a falha tectónica que separa os continentes Americano e Eurasiático e este é o único lugar do mundo onde este fenómeno pode ser observado, por se encontrar acima do nível do mar.

A chuva parou assim que me viu chegar para que eu pudesse sair do carro e apreciar e percorrer o local como todos os outros! Bem, não exactamente como todos os outros… Para quem vai em cadeira de rodas toda a zona é rampeada, no entanto há uma parte com uma inclinação muito acentuada que é impossível de se fazer, mesmo para os mais musculados!

Aqui, existe uma zona de apoio com um café, loja e casa de banho adaptada.

Por sugestão da senhora da recepção do local, fomos assistir à exposição aí patente, ficando a perceber melhor tudo sobre aquele local e um pouco da história da Islândia. É uma exposição interactiva, muito bem conseguida e que vale a pena ver. Grátis para pessoas com mobilidade reduzida.

Seguimos caminho … e que caminho!

Geysir Strokkur

A área geotermal, onde podemos ver o Geysir, fica no vale de Haukadalur, um dos pontos mais visitados do Golden Circle, o que justifica, também aqui, uma zona de apoio com restaurante, café e lojas . Tudo acessível e adaptado a pessoas com mobilidade reduzida. Existindo também um hotel e um parque de campismo que não sei se são acessíveis.

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Este foi o ponto que menos me agradou em toda a volta, talvez porque aqui o vento estava ainda mais forte e muito frio sendo muito difícil aguentar “sem levantar voo”. Para isso, tive a ajuda de uma senhora que se colocou ao meu lado, em estilo “corta vento”, não fosse isso acontecer mesmo. Ainda consegui ouvi-la a dizer “O meu marido também…” (não sei o quê?), quando se ouviu um “ahhh” colectivo em reacção à erupção do Geyser que acontece a cada cinco a dez minutos. O F., entretanto, tinha ido um pouco mais para a frente para ver melhor e tentar fotografar.

As Cataratas de Gullfoss

Ao longo do caminho, vamos parando pelas várias cascatas de água com que nos cruzamos, umas maiores, outras menores, mas sempre bonitas de se verem. Mas, paragem obrigatória, é mesmo nas cataratas de Gullfoss.

Tinha estado há uns anos nas cataratas de Niagara e é realmente um espectáculo fantástico. Comparando as duas, talvez estas não sejam tão grandiosas mas a envolvente da natureza no seu estado puro dá-lhes um enquadramento lindíssimo.

Ao chegar a Gullfoss, existe, na estrada, uma bifurcação e, para mim, a melhor opção é a da direita que dá acesso ao local mais próximo e com mais visibilidade, para quem tem mobilidade reduzida.  A outra opção tem também uma área com apoio de café e restaurante.

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Como a chuva deu tréguas conseguimos ver as principais atracções, já referidas, do Golden Circle.

Fomos dormir a Selfoss para, no dia seguinte, seguirmos pela rota número 1 e continuarmos a nossa viagem.

Ficámos hospedados no Selfoss Hotel e, quando fiz a reserva, pedi um quarto adaptado que me foi confirmado pelo hotel, por email. Ao chegar, atribuíram-me um quarto que não era adaptado o que gerou alguma confusão pelo que me mudaram para outro adaptado, mas mais afastado. Tive, ainda, que pedir uma cadeira para o banho.

No dia seguinte, seguimos caminho pela Ring Road para nos continuarmos a deslumbrar com tanta beleza!

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JustGo!!

Ano Viagem: 2019

Links úteis:

Informações sobre acessibilidades na Islândia

Informações sobre o estacionamento para pessoas com mobilidade reduzida

Agência de viagens com tours acessíveis. Não usei os serviços de nenhuma agência, mas o dono desta é paraplégico  o que dá alguma confiança de um bom serviço.

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