Em 2016, decidimos, finalmente, virar a Oriente, pois há muito que o queríamos fazer e a China foi o destino escolhido.
Resolvemos visitar Hong Kong, Xangai e Pequim. Claro que, estando tão perto, não podíamos deixar de visitar Macau porque era um desejo antigo. O percurso é muito rápido já que fica, apenas, a uma hora de barco, desde Hong Kong.
A pesquisa que fizemos levou-nos à Emirates Airlines, com quem nunca tínhamos viajado. Conseguimos uma óptima solução e uma promoção que nos agradou muitíssimo que passo a contar.
A viagem para Hong Kong iria fazer uma escala no Dubai. Uma vez que a companhia permite que se possa prolongar a escala, por alguns dias, nos Emirados Árabes Unidos, aproveitámos e ficámos 3 dias no Dubai. Além disso, permite, também, que a ida e a volta sejam feitas por cidades diferentes, sem que o preço aumente, o que não é muito comum. Assim, a viagem de avião foi Lisboa – Hong Kong , com escala de três dias no Dubai e o regresso foi feito desde Pequim.
Viajar com a Emirates Airlines foi uma agradável surpresa. Após a compra do bilhete, directamente no site da companhia, bastou uma chamada para confirmar o assunto “cadeira de rodas”. Foram muito eficientes e resolveram o assunto rapidamente, não sendo preciso preocuparmo-nos mais. Convém, sempre, comunicar à companhia o facto de nos deslocarmos em cadeira de rodas e confirmar a necessidade de auxilio para entrar no avião. Ao comprar o bilhete, directamente nos sites das companhia, é-nos apresentada essa opção que devemos seleccionar. No entanto, há que assegurar o tratamento da questão por parte deles. Precisam sempre de informação sobre se a cadeira é manual ou eléctrica, devido às baterias destas, qual o peso da cadeira e se necessitamos de ajuda para entrar no avião, pois há pessoas que se deslocam em cadeira mas conseguem andar desde a porta de embarque até ao respectivo lugar, dispensando ajuda. Hoje em dia com a TAP todo este processo já é tratado por mail, não sendo necessário ligar para lá.
Logo no inicio da viagem apercebi-me que tudo iria correr bem e que tudo estava optimamente organizado. Fiquei a saber que a Emirates permite que levemos a cadeira na cabina do avião, desde que seja manual e dobrável, o que não é o caso da minha que não dobra, assim como o facto de ter, sempre, uma cadeira de bordo disponível durante todos os voos, o que nem sempre acontece em todas as companhias.
Para saber mais sobre o assunto consulte a página da companhia, com informações para passageiros com necessidades especiais.
De Hong Kong seguimos para Xangai, de avião, com a Hongkong Arlines, e daí, fomos para Pequim no comboio bala, uma viagem que durou cinco horas muito tranquilas.
Tive uma surpresa muito agradável ao nível das acessibilidades, tanto na estação como dentro da carruagem que era destinada a pessoas com mobilidade reduzida, o que me permitiu passar da cadeira para o banco, sem dificuldades. O único problema aconteceu na estação pois a ida à casa de banho tornou-se impossível dada a sujidade da mesma, estando, no entanto, adaptada, facto que ocorreu mais do que uma vez na China.
Com a Hong Kong Airlines também correu tudo muito bem. Os bilhetes foram comprados por Internet e o pedido de auxílio de cadeira de rodas foi tratado por mail. O que não correu tão bem foi o facto da cadeira de bordo ser muito pequena e o pessoal que nos auxilia não ter muito jeito para o fazer. Foi por muito pouco que não caí! Enfim, temos que ser nós, por vezes, a antecipar as situações e alertar para o que possa correr mal.
O pouco que vimos da China chegou para termos a noção das realidades tão díspares que lá existem pois conseguimos andar por ruas em que se vê um país evoluído, moderno, com acessibilidades garantidas, assim como por outras que se encontram, ainda, no século passado e onde as dificuldades são enormes.
Estivemos nas grandes e modernas cidades da China em que a questão da acessibilidade começa a ser tratada. Pelo que consegui ler muito foi feito nos últimos 10 anos, especialmente em Pequim depois dos jogos paralimpicos de 2008. Muito há ainda a fazer, principalmente, nas zonas rurais em que segundo a cultura e tradição antiga é comum colocarem-se obstáculos à entrada das casas para “afastar os demónios”. Acima de tudo, é preciso mudar mentalidades.
As pessoas são distantes mas simpáticas. Ficam a olhar quando passamos, mas acho que olham para tudo e todos os que são diferentes. Não nos dão prioridade e, na maior parte das vezes, temos de “avançar” à força e juntarmo-nos à multidão! Aliás, eles funcionam mesmo assim, acho que, por serem muitos, estão habituados a desenrascarem-se e não olham para quem está ao lado. No entanto, quando os confrontamos lá nos cedem passagem muito delicadamente. São culturas e mentalidades não é por serem arrogantes ou mal educados!
Há que ter especial cuidado ao atravessar as ruas na China. Ninguém pára para dar passagem, a não ser quando já estão mesmo em cima de nós, e as motas são muitas e silenciosas e nem damos por elas! Acho que os peões não têm prioridade nem nas passadeiras!
Ao planear a viagem, encontrei um site que usei e achei muito útil, China Highlights pois tem uma área dedicada a pessoas com mobilidade reduzida e que recomendo vivamente a sua consulta: Tips for Disabled Travelers to China.
JustGo!!